ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 29-8-2000.

 


Aos vinte e nove dias do mês de agosto do ano dois mil reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues à Fanfarra do Comando Militar do Sul - adida ao 3º Regimento de Cavalaria de Guarda - RCG - Regimento Osório, nos termos do Projeto de Resolução nº 034/00 (Processo nº 1653/00), de autoria do Vereador Isaac Ainhorn. Compuseram a MESA: o Vereador Adeli Sell, na presidência dos trabalhos; o Tenente-Coronel Antônio Augusto Brisolla de Moura, Comandante do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda e representante do Comandante Militar do Sul; o Capitão Ezequiel Português de Souza, representante da Fanfarra do Comando Militar do Sul; o Deputado Estadual Edemar Vargas, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Vereador Isaac Ainhorn, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem o Hino Nacional Brasileiro, executado pela Fanfarra do Comando Militar do Sul, sob a regência do Subtenente Tito Lazarino dos Santos e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome das Bancadas do PDT, PSDB, PMDB, PSB e PPS, teceu considerações sobre a criação e o trabalho desenvolvido pela Fanfarra do Comando Militar do Sul, discorrendo sobre a integração verificada entre a Câmara Municipal de Porto Alegre e o Comando Militar do Sul, notadamente através da participação da Fanfarra hoje homenageada em eventos e solenidades promovidas por este Legislativo. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PTB, parabenizou a Fanfarra do Comando Militar do Sul pelo recebimento do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, reportando-se à participação dessa Fanfarra em diversos concursos internacionais de música e destacando a importância do trabalho realizado por esse grupo musical para a valorização da música brasileira. O Vereador Pedro Américo Leal, em nome da Bancada do PPB, salientou a justeza da homenagem hoje prestada à Fanfarra do Comando Militar do Sul, comentando aspectos atinentes à instituição e funcionamento de conjuntos musicais dessa natureza nos regimentos de cavalaria do Exército Brasileiro e procedendo à leitura de poesia de autoria de Sua Excelência, intitulada "Bota Velha". Na ocasião, foram registradas as seguintes presenças, como extensão da Mesa: do Tenente Osmar Edy Pereira Cardoso, regente da Banda do Comando Militar do Sul - adida ao 18º Batalhão de Infantaria Motorizada - BIMTZ; do Capitão Ronaldo Pacheco, representando o Comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre - CPOR; do Coronel Edimir Mármora, Comandante do Colégio Militar de Porto Alegre; do Coronel Antônio Sérgio Geromel, Comandante do 3º Batalhão de Comunicações do Exército; do Coronel Jorge Monteiro Diogo, Comandante do 8º Batalhão Logístico; do Coronel Pedro Luiz Sanchez, Chefe da 1ª Divisão de Levantamento; do Coronel Zanotta, Comandante do 3º Batalhão de Polícia do Exército; do Coronel Irani Siqueira; de Comandantes, familiares e amigos dos integrantes da Fanfarra do Comando Militar do Sul. A seguir, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, cumprimentou os integrantes da Fanfarra do Comando Militar do Sul pelo recebimento do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, comentando a relevância do trabalho realizado pelos integrantes desse conjunto no intuito de, através da sua música, divulgar a cultura e os sentimentos patrióticos brasileiros. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, homenageou a Fanfarra do Comando Militar do Sul, lembrando a figura do compositor Lupicínio Rodrigues, patrono da honraria hoje concedida a esse conjunto musical. Também, procedeu à leitura de trechos da Bíblia Sagrada, analisando a importância da música no cotidiano das pessoas. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Pedro Américo Leal, que destacou a atuação do Coronel Irani Siqueira para a manutenção das relações existentes entre a Câmara Municipal de Porto Alegre e o Exército brasileiro. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Isaac Ainhorn a proceder à entrega, ao Capitão Ezequiel Português de Souza e ao Subtenente Tito Lazarino dos Santos, do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, concedendo a palavra ao Capitão Ezequiel Português de Souza que, em nome da Fanfarra do Comando Militar do Sul, agradeceu o Prêmio recebido. Após, a Fanfarra do Comando Militar do Sul, sob a regência do Subtenente Tito Lazarino dos Santos, procedeu à execução da música "Felicidade". Em prosseguimento, o Senhor Presidente informou que, após o encerramento da presente solenidade, seria oferecido um coquetel aos presentes, na Avenida Cultural Clébio Sória. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem o Hino Rio-Grandense, executado pela Fanfarra do Comando Militar do Sul, sob a regência do Subtenente Tito Lazarino dos Santos e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e cinqüenta e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Adeli Sell e Isaac Ainhorn e secretariados pelo Vereador Isaac Ainhorn, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Isaac Ainhorn, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues à Fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º Regimento de Cavalaria de Guarda - Regimento Osório. Convidamos, para compor a Mesa, o Ten. Cel. Antônio Augusto Brisolla de Moura, representante do Comando Militar do Sul e Comandante do 3° Regimento de Cavalaria de Guarda; o Capitão Ezequiel Português de Souza, representante da Fanfarra do Comando Militar do Sul, do 3º RCG - Regimento Osório; o nobre Deputado Estadual Edemar Vargas, representante da Assembléia Legislativa do Estado.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Apresentação da Fanfarra do Comando Militar do Sul, que executa o Hino Nacional, sob a regência do Subtenente Tito Lazarino dos Santos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Registramos a presença dos Vereadores Isaac Ainhorn, Luiz Braz e Pedro Américo Leal.

Concedemos a palavra ao propositor desta Sessão Solene destinada a entregar o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues à Fanfarra do Comando Militar do Sul, Ver. Isaac Ainhorn, que falará como proponente e também pela sua Bancada, a do PDT, e pelas Bancadas do PSDB, PMDB, PSB e PPS.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Este é um dia importante na vida desta Casa, Vereadores que aqui estão presentes, Cel. Pedro Américo Leal, Ver. Luiz Braz, Ver. Reginaldo Pujol. Esta Casa sente-se extremamente honrada em receber as autoridades militares que aqui se fazem presentes, representativas do Comando Militar do Sul e de várias guarnições do nosso Exército que aqui se fazem presentes nesta oportunidade, além das autoridades que são extensão da Mesa, que serão oportunamente nominadas. Sentimo-nos extremamente honrados, sobretudo porque esta, que é uma Casa de debates, de discussões, de elaboração de leis e representativa da sociedade porto-alegrense, ela tem, nos últimos anos, procurado estabelecer um fator de integração. Nós sabemos que, nas duas últimas décadas, o nosso País busca uma consolidação das instituições democráticas e isso se faz, também, através de uma integração entre civis e militares num único corpo. É nesse sentido que, durante os últimos cinco anos, o Cel. Siqueira tem-se esforçado, no Setor de Relações Públicas do Comando Militar do Sul. Vários Vereadores desta Casa já receberam a Comenda de Colaborador do Exército Brasileiro. Vários homens públicos aqui do Rio Grande do Sul já receberam essa insígnia. Eu próprio me orgulho pela condição de colaborador do Exército Nacional e também por ser detentor da Medalha do Pacificador. São insígnias, são comendas que conquistamos no decorrer da nossa vida pública. Entendemos que esse fator de integração que vem-se buscando fazer, nesses últimos anos, teve também, na Fanfarra, adida ao Comando Militar do Sul, um fator importante, porque a música integra as pessoas, a música estabelece uma relação de harmonia entre as pessoas. E nós temos tido, aqui, essa integração.

Eu recordo, Ver. Pedro Américo Leal, quando, na época em que presidi esta Casa, os primeiros passos eram dados no sentido dessa integração. Recebi o então Comandante Militar do Sul Gen. Dirceu, que veio me fazer uma visita de cortesia quando assumi a Presidência deste Legislativo, no ano de 1996. Ele me disse que era preocupação do Exército Brasileiro promover uma integração comunitária com a sociedade civil. E nós cumprimos a nossa parte, nesses últimos anos, colaborando para desmanchar eventuais equívocos que pudesse haver.

O traslado dos restos mortais do Gen. Osório - que lembrávamos há pouco - passados alguns anos, a vinda dos restos mortais daquele herói para a Cidade de Osório, foi também um marco decisivo, com a participação, na época, dos Governos do Rio de Janeiro e do Estado do Rio Grande do Sul, numa integração entre as forças políticas e o Exército Brasileiro, que é, sociológica e juridicamente, por força de um mandamento constitucional, instituição nacional permanente, está acima de outras instituições, e o respeito a ela e a valoração do papel que ela representa em nosso País é fator de integração da nossa sociedade.

Eu retorno ao processo de como se deu - deixando as grandes divagações de natureza sociológica - a nossa Banda Fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º RCG. Ela, no cotidiano da vida desta Casa, nas suas grandes Sessões Solenes, tem estado aqui presente, com o olhar do Comando Militar do Sul, satisfeito de que isto esteja ocorrendo, autorizando a atuação dessa Fanfarra em vários eventos cívicos, patrióticos que se realizam nesta Casa. Ainda, recentemente, solicitava a presença da Fanfarra para um evento em homenagem a dois estadistas responsáveis pela construção do moderno Estado de Israel, cujos nomes estão em duas ruas que se encontram num bairro de nossa Cidade. Lá compareceu a Fanfarra do Comando Militar do Sul, tocando o Hino Nacional Brasileiro e o Hino do Estado de Israel - o Hino da Esperança, como ele é conhecido -, com extraordinária competência, o que emocionou uma parlamentar do Parlamento israelense que lá estava presente. Que fator de integração na sociedade e entre os povos que operam, que realizam a música!

Aproveito a oportunidade para contar um fato muito curioso que aconteceu com os componentes da banda que se fizeram presentes nessa homenagem. Ao indicar o local do evento, que se deu no Bairro Jardim Itu-Sabará, eu tinha de fazer uma referência, porque as ruas são novas, e disse que o encontro deveria se dar próximo ao Lar dos Velhos da Comunidade Judaica Maurício Seligmann, no Bairro Jardim Itu-Sabará. Quando lá chegou, num ônibus do Exército, a nossa banda desceu, e quando os velhinhos descobriram que eles não estavam ali para tocar, que iam para outra homenagem, eles saíram atrás da banda tentando impedir que os seus componentes saíssem daquele Lar - que V. S.ª, Coronel, conhece muito bem a qualidade das instalações daquela casa de idosos no Jardim Itú/Sabará, como exemplo e referência internacional. Mas eu consegui pacificar, com entendimento com o Subtenente Lazarino, eu lhe disse que nós faríamos uma mitzvá - usei uma expressão hebraica. Haviam vários ministros e pastores da Assembléia de Deus que conheciam as raízes hebraicas dessa palavra e, por isso, sugeri que fizéssemos uma bênção, em última análise, uma boa ação. Nas Escrituras Sagradas existem seiscentas e treze bênçãos, essa é uma delas. Pedi aos senhores que após a homenagem, com a execução do Hino Nacional Brasileiro e o Hino Nacional de Israel, que nos dirigíssemos ao Lar e tocássemos algumas peças do repertório da nossa Fanfarra. Houve o aceite de todos os integrantes e fomos, inclusive com a Parlamentar israelense, ao Lar dos Idosos. Lá, a nossa Fanfarra se houve, como tem-se havido sempre, com grande competência e qualidade profissional, tendo um repertório extremamente amplo e versátil nas suas execuções, e saiu tocando do Lar uma música linda, que todos conhecem e que a todos agrada, que é “Amigos para sempre”. Os que tiveram lá são testemunhas da beleza e do gesto de generosidade e de amor praticado por esses homens.

Nós, todos Vereadores, aprendemos a apreciar e a respeitar o trabalho realizado por esses homens. As bandas, as fanfarras, sobre tudo a Fanfarra, que é uma fanfarra típica da cavalaria, estão presentes na guerra e na paz. Graças a Deus, Dep. Edmar, que, nos últimos quatro séculos, ela tem estado mais presente em ações de paz do que de guerra. Mas a sua presença é, em ambos os momentos, animando, alegrando e chorando com a sensibilidade dos seus instrumentos e daqueles que os tocam, todos os sentimentos humanos. Não há nada que a música não possa expressar em termos dos sentimentos humanos.

É por isso que hoje, Sr. Presidente, a Fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º RCG - Regimento Osório, nos termos da Resolução nº 810, de 1984, recebe o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, o maior compositor rio-grandense e, quiçá, o maior compositor brasileiro.

A Fanfarra do 3º RCG não é um ser abstrato, mas é o conjunto, o coletivo dos seus integrantes. Esta homenagem, este prêmio é o reconhecimento ao trabalho, à dedicação e ao mérito artístico desta Fanfarra. Que sirva de estímulo à continuidade dos trabalhos deste ente coletivo.

Nós, há alguns dias, assistimos à promoção à Capitão do nosso querido homenageado, na figura do Capital Ezequiel Português, que representa a Banda, mas a homenagem é a cada um dos seus integrantes. Ele vai, no último estágio da sua carreira, para Brasília, mas deixa vivo esse sentimento de unidade, de busca e de aperfeiçoamento artístico que tem o trabalho da Fanfarra do 3º RCG.

Certamente, não queríamos ser estafantes aos senhores. Além do Capitão Ezequiel Português de Souza, o Subtenente Tito Lazarino, uma figura que aprendemos a respeitar ao longo desses anos; o 1º Sargento Silvio Luiz; o Valdir Reinke; o Itamar Albino, o Jesus, o Rudimar, o José Valdoir, o Volmir, cada um dos integrantes desta extraordinária Fanfarra merecem o nosso reconhecimento e a nossa admiração, a admiração da Cidade de Porto Alegre. E, por esse reconhecimento, por essa admiração artística, de competência, de mérito, de responsabilidade e de determinação, em nenhum momento, nos compromissos assumidos, jamais nos faltou; sempre esteve presente, com uma razoável antecipação de tempo para a todos tranqüilizar.

Por essas razões, hoje homenageamos uma fanfarra. Normalmente essas homenagens se dão na individualidade de um músico ou de um compositor, mas desta vez a nossa homenagem se estendeu a um ente coletivo maior; a todos os integrantes da Fanfarra do Regimento Osório, e a cada um dos seus integrantes. Isso é um estímulo ao gênero fanfarra, ao gênero banda, que é um gênero que mexe com a nossa alma, com o nosso interior. Quem de nós não se lembra dos tempos de jovem nas escolas, nos colégios, das extraordinárias bandas, e da qualificação de alguns componentes com dons artísticos mais aperfeiçoados, em relação à música, que revelavam seus dotes nas bandas escolares.

Hoje, felizmente, as bandas estão renascendo nas escolas, nas instituições religiosas e nas Forças Armadas, onde estão tendo o seu reconhecimento, seja nas forças federais, seja no Exército Nacional. Isso é extremamente importante.

Vejam que a Fanfarra já tem editado um CD, e já tem a idéia de lançar um segundo CD das suas músicas. Como é bom ouvir àquelas músicas! De vez em quando viajo rumo à fronteira, ouvindo o CD da nossa Fanfarra, da minha Fanfarra, da Fanfarra de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul. Ela não é só do Comando Militar do Sul, é de todos nós.

Por isso o reconhecimento e a concessão no dia de hoje, em Sessão Solene, da outorga do Prêmio Lupicínio Rodrigues à Banda, à Fanfarra do 3º RCG. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Luiz Braz está com palavra em nome da Bancada do PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É uma satisfação poder estar aqui participando desta homenagem, cumprimentando o Ver. Isaac Ainhorn, que é o proponente deste Prêmio para esta Fanfarra e os outros companheiros Vereadores que também estão presentes.

Nem todos são sabedores dos termos da Resolução que enseja esta premiação. O Ver. Pedro Américo Leal, que é o nosso decano e uma das pessoas que melhor representa o Exército aqui neste Plenário, e tantas vezes tem brilhado nesta tribuna em defesa, exatamente, das causas nacionais e nos falando da organização e do quão brilhante é o Exército Nacional. Tenho certeza, Ver. Pedro Américo Leal, que para qualquer pessoa que desconheça os termos da Resolução pode parecer fora de propósito que uma fanfarra venha a esta Casa para receber um prêmio dessa dimensão, o Lupicínio Rodrigues, porque todas as vezes em que tivemos Sessões nesta Casa, onde esse prêmio foi outorgado, tivemos artistas, compositores, artistas plásticos dos mais diversos, vindo aqui e sendo condecorados. É preciso que leiamos, principalmente o artigo 1º da Resolução, para saber do acerto do Ver. Isaac Ainhorn quando fez essa proposição. Nós, Vereadores, que conhecemos a Resolução, temos facilidade de entender o por quê da proposição dessa homenagem a esta Banda Fanfarra, mas para as outras pessoas que não conhecem os termos da Resolução, talvez seja difícil. Por isso faço questão de dizer que no artigo 1º da Resolução que cria o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues está escrito que “o Prêmio Lupicínio Rodrigues será conferido a artistas, compositores, artistas plásticos, músicos e poetas que se destaquem no cenário nacional e internacional”. Quando lemos o artigo 1º dessa Resolução, vimos que foi perfeito o Ver. Isaac Ainhorn, quando propôs para a Banda Fanfarra do Comando Militar do Sul este prêmio. Esta Banda Fanfarra preenche todos os requisitos necessários, destaca-se no cenário pátrio e também no terreno internacional. Já participou, inclusive, de concurso de música fora do território nacional, e com muito brilhantismo. Músicas clássicas, marchas, hinos, e o que é principal, grande esmero para atingir o apogeu no aprendizado musical. Os militares, por questão de princípios, são exigentes com a disciplina e com a performance em qualquer área de atuação, e não poderiam falhar de forma alguma na área musical. As suas interpretações são responsáveis por acender o espírito nacional em todos, é o orgulho pela musicalidade que sai dos instrumentos utilizados pelos componentes da Banda, são os hinos que, quando apresentados, fazem crescer o amor pelos símbolos da Nação.

Quem é que não estufa o peito diante da interpretação perfeita do Hino Nacional Brasileiro, ou do Hino à Bandeira ou tantos outros hinos que me fazem retornar ao meu tempo de criança, assim como citou o autor do Projeto que entrega este título à Banda Fanfarra, o Ver. Isaac Ainhorn, que por um momento, aqui nesta tribuna, em suas divagações, voltava também ao seu tempo de criança. Eu também, Vereador, quando estava escrevendo este texto, me lembrei dos tempos em que ia para a minha escola e, quando chegava no momento de entrar nas aulas do colégio, todos os alunos, perfilados, tinham que acompanhar os hinos interpretados por bandas talvez não tão importantes como esta que estamos homenageando hoje, mas que traziam para todos nós um amor à Pátria que, algumas que vezes, Ver. Pedro Américo Leal, parece que desapareceu.

Às vezes, eu sinto que há um vazio de nacionalidade que chega a tal ponto que, aqui nesta Casa - a qual respeito muito, já a presidi por duas vezes e estou aqui há dezoito anos -, já ouvi quem preferisse, uma certa vez, ouvir o Hino da Internacional Socialista, abrindo mão até mesmo dos hinos pátrios. Acredito que isso já deixa o terreno do simplesmente ideológico para penetrar na loucura antipatriótica que, a meu ver, tem custado muito caro para todos nós. Há grupos que são treinados para evitar qualquer acerto em benefício de uma melhor sociedade. Eu tenho visto esses grupos em ação tantas e tantas vezes. Aqui mesmo, nesta Casa, temos alguns exemplos, e faço questão de não citá-los agora porque não é este o momento indicado. A ação desses grupos tem o único e exclusivo objetivo de fazer com que nada dê certo para que a sua ideologia possa triunfar. E esses grupos têm conseguido muitas vitórias nos últimos tempos, infelizmente, para todos nós. Esse desamor precisa ser varrido dos nossos pagos. E uma das formas mais amenas de fazer isso é valorizarmos uma Banda Fanfarra como a do Comando Militar do Sul.

Espero que esse disco que foi gravado e lançado, e agora o segundo anunciado aqui pelo Ver. Isaac Ainhorn, contendo essas músicas, possam ser ouvidos por muitas pessoas, que as músicas marciais sejam ouvidas com muito carinho, com amor pátrio, e que elas possam ser agentes de uma nova transformação em nossa sociedade, quando as pessoas valorizarão mais o que é nosso, amarão mais os nossos símbolos e partirão para uma fraternidade que faz falta nas relações sinceras que devem existir entre todas as correntes sociais.

Parabéns à Banda homenageada, cumprimentos ao meu companheiro Ver. Isaac Ainhorn, por essa idéia de outorgar esta condecoração. Tenho a esperança de que estes novos tempos possam começar a ser vividos com muita brevidade. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra pelo PPB.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os convidados e demais presentes.) Querido público, meus senhores, minhas senhoras, Militares, meus colegas, V. Ex.as escutaram dois Vereadores. Antes de iniciar o meu discurso, que não é longo, eu quero dizer que, nesta Casa, tenho trinta e dois amigos e nunca ouvi qualquer coisa, qualquer frase que deslustrasse o Exército que tanto amo. De nenhum Vereador, nunca.

Bem, vamos ao discurso. Recebe, hoje, o Prêmio Lupicínio Rodrigues, gênio da música, da dor-de-cotovelo, do saudoso programa - lá por 1950, e não sei se o Ver. Luiz Braz, o Ver. Reginaldo Pujol ou o Ver. Isaac Ainhorn eram nascidos - O Roteiro do Boêmio, a Banda Musical Fanfarra do Comando Militar do Sul.

Ela se esconde no Comando Militar do Sul, porque ela é do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, o glorioso Regimento Osório, aquartelado ali, na esquina do Partenon, na outra esquina, como seu companheiro, há outro cavalariano como ele, o poderoso São Jorge. Não brinquem com essas duas figuras, são de respeito.

Só as Unidades Militares de Cavalaria exibem uma Fanfarra. E por quê?

Fanfarra é meia Banda, é Banda inteira? Fanfarra quer dizer regozijo, festa, comemoração, quase baderna.

De onde terá vindo este nome “fanfarra”?

Talvez, repito, aqui, esta história que gosto de contar, que é curtinha, dos acampamentos de Tuiuti, quando, sob o comando de Caxias, a charrete fechada de Osório, um cabriolé, cruzava o Corpo da Guarda, repleta de moças brejeiras, dando adeus e acenando alegremente com o lenço, desconcertando a Guarda, postada em continência ao veículo do Chefe, que não levava o Chefe, levava as moças. Assim era o grande e legendário Osório. Nada mais harmonioso do que Lupicínio Rodrigues, o velho boêmio, e a homenagem prestada pelo Ver. Isaac Ainhorn, e corroborada aqui pelo Ver. Luiz Braz, a esta gente de farda, sobre a poesia, sobre o militar, sobre a música. Eles dois se lembraram de nós, e vamos ser gratos a eles. Repito: se lembraram de nós, vamos ser gratos a eles.

Declamei na Assembléia Legislativa O Velho Borzega, em 1970 ou 1971 ou 1972, pela primeira vez, na tribuna, em Plenário, na solenidade em homenagem a Duque de Caxias. O recinto estava repleto, havia Comandantes de todas as armas. Pretendo declamar na Câmara, agora, para que conste eternamente nos Anais desta Casa, a minha poesia Bota Velha. Vejam como a vida é estranha. Lá tudo foi organizado pelo Isaac Ainhorn, que não sabia que iria fazer isto, nem eu sabia, hoje, o que iria fazer. Resolvi, então, fazer a inclusão nesta minha arenga, chamada de discurso, da poesia Bota Velha. Se declamei na Assembléia O Velho Borzega, declamo na Câmara a Bota Velha! Mas que oportunidade magnífica que tenho! Eu não sabia disso! Percebi, então, hoje, lá pelas três, quatro horas da tarde, que iria fazer isto. Então, os dois símbolos da busca, Lupicínio e a Fanfarra do 3º Regimento de Guarda, recebem de todos nós, dos trinta e três Vereadores a declamação da Bota Velha, que é uma despedida do cavalariano à sua bota, e uma despedida de uma peça que desapareceu dos quartéis, sob grande protesto meu: o cavalo. (Lê.)

“Bota Velha

Velha bota estropiada, / d’enfrentar tanta refrega, / és símbolo d’arma montada, / irmão do ‘Velho Borzega’.

Cano longo, curto, ou de fole, / vaqueta, couro e de cromo, / não tivestes vida mole, / nas andanças do teu dono.

Nas linhas do teu traçado, / n’altura do teu talão, / tens o cano esbranquiçado, / pelo suor do ‘amigão’.

Pois na cor preta desbotada, / em contato com os baixeiros / pulsa o coração da montada, / na união com o cavaleiro.

Hoje, não tão firme nos cascos, / recordo o passado onde mora, / tanta festança, o churrasco / em que te brindei com uma espora.

E tu, faceira, elegante, / prenda desfilando em salão, / tocaste comigo p’ra frente, / em parada, manobra, instrução.

Lembro quando eras bem nova, / ao ressoarem as trombetas, / enquadravas a montada p’ra prova, / até que viessem as rosetas.

E se hoje, velha, te amolo, / é que muita tacada de devo, / nas pexadas, nas correrias do pólo, / que nem de lembrar eu me atrevo.

Mas... o tempo passou e de repente, / as baias viraram garagem, / se foi o culote, o rebenque, / os cavalos viraram miragem.

Mecanizado... se foi o tempero, / os potreiros, a carrière, o tropel, / os relinchos, da forragem o cheiro, / virou um silêncio o quartel.

Quando as tardes se vão, a largo, / sorvendo quieto, o meu chimarrão, / sinto, no relinchar do amargo, / a cincha da recordação.

Esporeado na ilharga, / velho matungo invernado, / recordo a última carga, / que não respeitou o alambrado.

Ouço então dentro de mim / como lançaço, um toque repicar, / é uma ordem, quem resiste a um clarim? / mandando o esquadrão avançar!

Te calço, Bota Velha, não te faças de rogada / não te dispenso, p’reste galope imaginário, / vejas nesta carga, em disparada, / lá na frente, vai Osório, o legendário.”

Então, agradeço ao Ver. Isaac Ainhorn, ao Ver. Luiz Braz, as palavras que fizeram para a Fanfarra, agradeço, de uma forma ou de outra, em nome do amor que tenho à Cavalaria, tanto que fiz essa poesia, como Velho Borzega a Infantaria e agradeço tudo que fizeram pelo Exército, porque lá está a minha casa, as minhas origens. Muito obrigado, Fanfarra, gabolice, qual é a palavra que posso comparar com Fanfarra, gabolice, traquinadas, que está sendo homenageada, agora, pela Câmara, que beleza! Como me sinto feliz! Ver. Isaac, muito obrigado; Ver. Luiz Braz, muito obrigado; Ver. Reginaldo Pujol, muito obrigado por tudo o que vocês amam e querem ao Exército Brasileiro e eu sei disso, porque transito nesta Casa há oito anos, e dezesseis na Assembléia, e sei perfeitamente o que estou falando. Não estou inventando nada, porque todos sabem que não sou homem de inventar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Como extensão desta Mesa, não poderíamos deixar de registrar o Regente da Banda do Comando Militar do Sul, adida do 18º BIMTZ, Tenente Osmar Edy Pereira Cardoso; representante do Comandante do CPOR/PA, Capitão Ronaldo Pacheco; Comandante do Colégio Militar de Porto Alegre, Cel. Edimir Mármora; Comandante do 3º Batalhão de Comunicações de Exército, Cel. Antônio Sérgio Geromel; Comandante do 8º Batalhão Logístico, Cel. Jorge Monteiro Diogo; Chefe da 1ª Divisão de Levantamento, Cel. Pedro Luiz Sanchez; Comandante do 3º Batalhão de Polícia de Exército, Cel. Zanotta e demais Comandantes, familiares e amigos aqui presentes.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em nome de sua Bancada o PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Diz o grande pensador espanhol Ortega y Gasset, meu caro Comandante Pedro Américo, que o homem é o ser e as suas circunstâncias.

É óbvio, Deputado, que eu vivo, neste momento, uma circunstância de ousadia, de extremada ousadia, de ousadia ilimitada, ao fazer o uso desta tribuna para saudar a nossa Banda Fanfarra, depois de ter ouvido o talento do Ver. Isaac Ainhorn, proponente, idealizador desta homenagem; ao meu amigo, Ver. Luiz Braz e este grande tribuno, o tribuno do Exército, o tribuno dos militares, o tribuno do povo do Rio Grande, que é este parlamentar experiente, Ver. Pedro Américo Leal. É uma extremada ousadia, que só se justifica, porque, nas minhas circunstâncias, anteriores, eu adquiri algumas razões que determinam que, em hipótese alguma, eu pudesse estar ausente desta solenidade. Ninguém trai às suas origens.

Eu lembro, neste momento em que é homenageada a nossa Banda Fanfarra, Cel. Siqueira, de uma cidadezinha pequenina - naquela época, mais pequena do que hoje -, lá nos confins do Rio Grande, na fronteira com o Uruguai, na minha Quaraí, cinqüenta anos passados, quando eu, menino, assistia à passagem, pela via pública, ruas enlameadas, sem asfalto, sem esgoto, especialmente dos clarins do 5º Regimento de Cavalaria Independente, cujos tropéis exemplares, do maior esmero, sempre antecediam aos grandes acontecimentos que a minha pequena Quaraí registrava.

Lembro do cancioneiro popular, quando diz que “estava à toa na vida, quando o amor me chamou, para ver a banda passar tocando coisas de amor”. Quantas vezes eu, menino, e vários dos aqui presentes, meninos ou adultos, viram a “banda passar tocando coisas de amor”? Na minha circunstância de jovem, interiorano, vivenciei, mais tarde, uma experiência que ainda há pouco relembrava, quando, aos dezessete anos de idade, me alistei voluntário e me transladei durante quatro dias e meio para servir no Núcleo de Divisão Aéreo Terrestre, no Batalhão Santos Dumont e, depois de quatro dias e meio de viagem, viajando num trem de segunda categoria, trem de segunda classe, eis-me adentrando em Deodoro, no Rio de Janeiro, no Regimento Escola de Infantaria, REI, e a primeira coisa que divisei, com a exaustão física que nem a minha juventude fazia suportar na ocasião, foi a Banda do Regimento Escola de Infantaria, recepcionando os recrutas que ali chegavam.

Algum tempo depois, já com o meu batalhão, o Batalhão Santos Dumont, instalado onde hoje se instala o Regimento Santos Dumont, no Campo dos Afonsos, ali, um dia, o Sargento Machado convocava um integrante da tropa que havia dormido, num dia quente, na aula do curso de cabo, e que, desesperado, buscava uma alternativa de sobreviver pelos dois anos de voluntariado que ficaria no Exército Brasileiro. E a convocação do Sargento Machado foi para que eu fosse um taroleiro da incipiente banda que o, então, Batalhão Santos Dumont começava organizar. São circunstâncias da vida que nós passamos.

Nesta circunstância de hoje, eu estou, aqui, dividindo as minhas homenagens: ao Exército; à Banda Fanfarra; ao velho Lupi que dá o nome do prêmio que, hoje, será entregue à homenageada; ao Coronel Siqueira que tem sido, ao longo deste tempo, a grande ponte a ligar nós, civis, com o Exército Brasileiro, e que faz este trabalho maravilhoso de divulgação do glorioso Exército de Caxias.

E, ao somar essas homenagens todas, eu percebi que eu tinha o dever de buscar, em mim mesmo, forças suficientes para ter a coragem e a ousadia de não deixar de me manifestar nesta ocasião, para dizer que não estou à toa na vida vendo a banda passar. Eu estou integrado numa vida dinâmica, complexa, muitas vezes contraditória, mas que eu sinto saudade de ver a banda passar. Bem que eu gostaria de ser o menino, que, nas ruas enlameadas da minha Quaraí, via a banda passar tocando coisas de amor. E essa banda que, em Porto Alegre, tem esta expressão que a Fanfarra oferece, é um marco, é um emblema que os militares brasileiros não podem se permitir que desapareça, porque ela encanta e, sobretudo, se abre, através da música que também interpreta, a todo o corpo civil da sociedade brasileira. Este grande Exército de Caxias que, historicamente, sempre tem sabido defender a soberania nacional e que tem sido, com freqüência, convocado para atender às necessidades nacionais nos mais diversos momentos da história da Pátria, e que nunca faltou com ela.

Uma instituição com esses galardões precisa fanfarrear, precisar mostrar-se, expor-se a toda a sociedade. E nessa sua exposição transparente, clara, se identificar com o âmago da gente brasileira, que “continua ouvindo a banda passar, cantando coisas de amor”, e que sabe que o maior amor que cantam as bandas militares é o pela Pátria, pela sua gente, pela sociedade, pela ordem e pelo progresso. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Ainda como extensão desta Mesa, queremos mencionar o Comandante do 3º Batalhão de Polícia de Exército, Coronel Zanotta, e de forma indesculpável, queria mencionar sempre o Coronel Irani Siqueira que, como já foi mencionado pelos outros Vereadores, já é da Casa, então, esquecemos de mencioná-lo.

Convido o Ver. Isaac Ainhorn para presidir a Sessão por breves momentos.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, em nome da Bancada do PT.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós poderíamos aqui fazer uma digressão também sobre a história do nosso Exército, sobre o nosso grande Lupicínio Rodrigues, que dá o nome a este prêmio. Nós poderíamos falar muito da música, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Pedro Américo Leal, porque somos amantes dela, gostamos dela e a apreciamos e, nos últimos tempos, temos trabalhado algumas dessas questões conjuntamente. Tudo, praticamente, já foi dito aqui pelos meus colegas Vereadores, mas eu não poderia me furtar de dizer algumas palavras, porque na minha opinião a música é um dom, e, certamente, um dom de Deus.

A melhor poesia para comparar esse dom nós encontramos na Bíblia Sagrada, no Salmo 150, que diz o seguinte: (Lê.) “Louvai Deus no Santuário. Louvai-O no firmamento, obra do Seu poder. Louvai-O pelos poderosos feitos. Louvai-O consoante a muita grandeza. Louvai-O ao som da trombeta. Louvai-O com saltério e com harpa. Louvai-O com instrumentos de cordas e com flautas. Louvai-O com címbalos sonoros. Louvai-O com címbalos retumbantes. Todo ser que respira louve o Senhor. Aleluia.”

Parabéns, Exército Brasileiro! Parabéns, Banda Fanfarra! Parabéns, ao proponente, Ver. Isaac Ainhorn! E acredito que posso parabenizar os Vereadores da Casa que, por unanimidade, aprovaram esta homenagem. Tenho certeza de que a Fanfarra é uma unanimidade na Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhores presentes, eu deixei de citar o Cel. Siqueira, que é, na verdade, uma peça importantíssima entre o mundo civil e o mundo militar. No ardor do meu discurso, eu fiz uma grande injustiça, e quero, neste momento, retratar-me. Eu cometeria uma gafe se não citasse esse homem, que pula da Assembléia para a Câmara e da Câmara para a Assembléia todos os dias, e às vezes até de noite, quando as Sessões são noturnas. E esse homem está lá, vigilante, sempre fazendo uma ponte entre o Exército e o mundo civil.

Meus parabéns e me desculpem, mas eu era obrigado a fazer isso. Muito obrigado

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Convido o Ver. Isaac Ainhorn para que proceda à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues - nos termos da Resolução nº 810/84 - ao representante da Fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º RCG - Regimento Osório, Capitão Ezequiel Português de Souza, juntamente com o Subtenente Tito Lazarino dos Santos.

 

(O Ver. Isaac Ainhorn procede à entrega do Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passo às mãos do Ver. Isaac Ainhorn, para que seja entregue aos componentes da Fanfarra esta mesma homenagem, para que fique registrado na sua história.

 

(O Ver. Isaac Ainhorn procede à entrega dos Diplomas ao Subtenente Tito Lazarino dos Santos, para que proceda à entrega aos integrantes da Fanfarra do Comando Militar do Sul, adida ao 3º RCG - Osório.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Capitão Ezequiel Português está com a palavra, para que fale em seu nome e de todos os homenageados da Fanfarra do Comando Militar do Sul.

 

O SR. EZEQUIEL PORTUGUÊS DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) “Toda a natureza, a bem dizer, não é outra coisa senão uma perfeita música que o Criador faz ressoar no entendimento do homem a fim de dar o prazer e atraí-lo docemente para Si.”

Há dois anos e meio tive a honra de assumir o comando dessa Fanfarra. Ao assumir, senti a responsabilidade de empenhar-me com todas as minhas forças e energias para manter, continuar e elevar o prestígio e as tradições da Fanfarra do 3º RCG. Tenho a certeza de que o fiz, porém os méritos de todo o sucesso alcançado, justamente devo dividir com todos os integrantes da Fanfarra. Durante esse período, fizemos uma viagem de intercâmbio cultural, passando por algumas cidades do interior do Estado; participamos do Grande Concerto da República, realizado no Parque Farroupilha, juntamente com as demais bandas militares do Exército, da Força Aérea Brasileira e da Brigada Militar do Rio Grande do Sul; cumprimos inúmeras missões de caráter militar, civil e eclesiástico; representamos o Brasil e o Exército Brasileiro no 3º Festival da Bandas Militares, realizado em Buenos Aires, Argentina; recentemente, lançamos um CD contendo hinos e canções militares.

Hoje, temos a honra de estar recebendo o Prêmio Artístico Lupicínio Rodrigues, por proposição do Ver. Isaac Ainhorn e aprovado pelos Vereadores desta Casa. Estamos orgulhosos e radiantes por termos sido distinguidos para receber tão grande honraria. Hoje, após vinte e seis anos e dois dias de sua morte, Lupicínio Rodrigues continua bem vivo na memória e nos corações não só do amável povo gaúcho, mas de todos os brasileiros, pelas suas composições que trouxeram glórias e marcaram a história do Brasil.

Agradeço ao Ex.mo Sr. General de Exército Francisco Pinto dos Santos Filho e ao Comandante Militar do Sul, pelo apoio e determinação que nos transmitiram.

Agradeço ao ilustríssimo Sr. Tenente-Coronel. Antônio Augusto Brisolla de Moura, Comandante do 3º Regimento de Cavalaria de Guarda, pela orientação, entusiasmo, apoio, cordialidade e consideração para com todos os integrantes da Fanfarra.

Agradeço aos Comandantes das Unidades da Guarnição de Porto Alegre, pela maneira profissional e cavalheiresca com que sempre receberam a Fanfarra.

Agradeço aos amigos da Fanfarra, oficiais, subtenentes, sargentos, cabos, soldados e civis, pela amizade e consideração.

Um agradecimento especial aos familiares aqui presentes pelo apoio e carinho, possibilitando que chegássemos até aqui.

Agradeço ao Ver. Isaac Ainhorn pelo reconhecimento profissional, pelo entusiasmo e condecoração e pela outorga de tão grande honraria.

Um agradecimento todo especial à minha querida esposa Maria Neide e aos meus três filhos, Artur, Ricardo e Túlio, porque deles eu recebo a combustão e a energia que me impulsiona para o trabalho.

Agradeço ao ministro evangélico, aqui presente, Pastor Gilberto e esposa, aquele que me dá os conselhos para que eu nunca me esqueça das coisas de Deus.

A Deus, toda a honra, toda a glória e todo o louvor por nos ter dado saúde, força e graça para o cumprimento de nossas missões. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Temos o prazer de ouvir, agora, a Banda interpretar a música Felicidade, de Lupicínio Rodrigues.

 

(A Fanfarra do Comando Militar do Sul executa a música, sob a regência do Subtenente Tito Lazarino dos Santos.)

 

Convidamos a todos para um coquetel que será oferecido na Av. Cultural Clébio Sória, após a execução do Hino Rio-Grandense.

 

(A Fanfarra do Comando Militar do Sul executa o Hino Rio-Grandense.)

 

(Encerra-se a Sessão às 20h52min.)

 

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